Resumo: Frente a necessidade constante de atualização, para acompanhar as novas gerações que fazem uso de tecnologias no seu cotidiano, o educador precisa ser motivado a aprender novas formas de transmitir e comunicar as práticas pedagógicas, de promover o ensino-aprendizagem, utilizando essas mesmas ferramentas tecnológicas, de forma a produzir novamente o envolvimento deste aluno que já não mais se encanta com as aulas e precisa ser preparado para atuar em empresas cada vez mais exigentes. O tédio e a apatia, produzidos por antigas formas de ensinar, como as aulas apenas expositivas que são monólogos do educador, as carteiras enfileiradas onde o incentivo ao compartilhamento entre grupos não ocorre, a individualização do ser e as avaliações que não representam o conhecimento adquirido, gerando um aluno cada vez mais desconectado e que não se interessa por frequentar a escola, podem ter na tecnologia uma aliada, convergindo educadores e alunos para uma atividade prazerosa, colaborativa, educativa e eficiente.

INTRODUÇÃO

A muito estamos ouvindo que nossas escolas estão oferecendo um ensino formatado pela revolução industrial, onde o objetivo era formar a mão de obra para as indústrias que tinham seus processos repetitivos e unificados, que precisavam de trabalhadores especializados e específicos para produzirem exatamente sempre o mesmo produto. Nas nossas escolas estamos produzindo clones de uma época já ultrapassada.

 Da geração que hoje está em sala de aula, já não temos mais a atenção e o entusiasmo para o estudo e, cada vez mais,  estamos nos distanciando da sua realidade.

É preciso apoiar o educador e criar mecanismos que promovam uma nova comunicação e aulas mais participativas com os alunos, frente a evolução constante de novas tecnologias que invadem nosso cotidiano e que dividem a atenção e interesse.

 Precisamos rapidamente responder a muitos questionamentos envolvendo educação e as novas tecnologias para fortalecermos os alicerces abalados.

FORMAÇÃO CONTINUADA

Bem sabemos que o colaborador que as empresas hoje necessitam não se adaptam mais ao perfil de nossas escolas. O avanço tecnológico, que permite que a informação seja divulgada ou acessada tão logo que o fato gerador ocorra, que impõe a velocidade de decisões e posicionamento de opiniões ocorram, não condiz com o aprendizado autoritário, com o ensalamento e que precisa de tempo e lugar certo para ocorrer.

 As tecnologias, cada vez mais utilizadas no nosso dia a dia, estão muito longe das salas de aula. Por razões administrativas e do próprio educador que não teve em sua formação, as tecnologias como ferramentas.

E como podemos proporcionar aos educadores uma formação continuada que obtenha resultados significativos na utilização desta tecnologia e que promovam, além da sua formação, o preparo para conduzir um aluno engajado, consciente de suas responsabilidades e preparado para atuar na sociedade atual?

Como juntar as novas tecnologias que existem, e que se renovam a cada dia, com a sala de aula em nossas escolas?

Será possível combatermos o mal da geração atual, que é o tédio, se os métodos de palestra – monólogo não estão apresentando mais resultados? As novas tecnologias podem ajudar?

Segundo CARVALHO, o educador precisaria de uma nova formação cultural, que o prepare para a atuação em sala de aula.

“O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender continuamente, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias”. (CARVALHO, 2017).

Sabemos que o uso da tecnologia como uma ferramenta de ensino, permite ao educador apresentar um contexto pedagógico muito mais atraente ao aluno e o posiciona mais próximo a realidade em que ele vive e viverá profissionalmente.

Outro lado que a tecnologia proporciona ao educador é o atendimento personalizado a necessidade especifica de cada aluno, permitindo aflorar o ser único e criativo que cada um tem dentro de si, não individualizando, mas personalizando, trabalhando melhor suas deficiências visando equalizar seu conhecimento junto aos demais.

É bem verdade que a tecnologia precisa ser bem empregada para produzir o ensino-aprendizagem proposto e o educador precisa ser o fio condutor que uni os dois lados. Também é preciso estar atento a oportunidade de promover a inclusão social e digital entre seus alunos.

A escola pode ser o único lugar onde o aluno terá a oportunidade de conhecer e se familiarizar com as tecnologias e será preciso mediar a sua utilização, de forma que ela não produza apenas o fascínio de seu uso, mas construa além do significado e a reflexão, as atividades concretas.

Neste contexto, CARVALHO diz que cabe ao educador o conhecimento do manuseio da tecnologia, mas se tratando de uma geração onde o uso da tecnologia é corriqueiro, a aprendizagem pode ser feita de forma compartilhada e convergente, entre educadores e alunos.

“A educação digital, independente dos cursos de capacitação que seja oferecidos ou procurado individualmente, pode ser feita de forma compartilhada e convergente, entre professores e alunos. Os primeiros passam aos segundos os conteúdos e competências a serem trabalhados naquela disciplina, gerenciando o processo de ensino-aprendizagem; os alunos, que convivem mais seguidamente com a tecnologia e trocam entre eles, com rapidez assustadora, impressões sobre tudo a todo o momento, podem receber a atribuição de utilizar as ferramentas em grupo, convergindo todos, professores e alunos, para uma atividade prazerosa, colaborativa, educativa e tecnologicamente eficiente. ” (CARVALHO, 2017).

 Para os autores SEGGER, CANES E GARCIA, o educador será sempre o motivador e sensibilizador do aluno, aquele que o incentivará a busca por novas pesquisas e mostrar que o assunto não se esgota em uma apresentação ou exposição.

 “O papel do professor no processo educativo é fazer com que o aluno aproprie-se do conhecimento, partindo de uma reflexão crítica que aborde as tecnologias como recursos que facilitam a aprendizagem, oportunizando ao aluno a familiarização com aquelas que lhe são impostas no seu dia-a-dia; a era tecnológica, a era da informação, que flui em velocidades e em quantidades, mudando gradativamente os hábitos das pessoas, as quais se não acompanharem os avanços tecnológicos, terminam excluídos da sociedade tecnológica. Alunos e professores estão frente a um novo modo de ensinar e aprender, rompendo barreiras com a criação de novos espaços de aprendizagem. Frente ao ensino novos dilemas surgem e é objeto diário da reflexão dos envolvidos no processo educativo.” ( SEGGER et al., 2012 )

É preciso se preparar para encontrar uma forma mais adequada para interagir com os alunos e utilizar a tecnologias certas no contexto educacional proposto. Muitos são os recursos que podem ser empregados e muito importante que se diversifique a maneira de apresentar a aula, realizar atividades, de avaliar.

A seleção dos recursos utilizados deve ser considerada entre os disponíveis aos alunos ou fornecidos pela própria escola, de forma a não promoverem a desigualdade, levando-se em conta as diferenças econômicas, sociais e demográficas dos alunos.

É de grande importância, que a escola se comprometa em promover a inclusão digital aos seus alunos, sem com isso gerar a exclusão social. A escola precisa fornecer o acesso a tecnologia e permitir o seu aprendizado de forma igualitária, responsável e inclusiva a sociedade no seu contexto que vários serviços sociais, na saúde e atendimento público já utilizam tecnologias.

As tecnologias utilizadas para a formação do educador, que serão utilizadas também posteriormente pelos seus alunos, estão disponíveis na Web 2.0 como ferramenta.

O termo Web 2.0 utilizado nesta análise, é citado por VANDRESEN, que adota Ferreira e Bastos que define:

“Uma plataforma que comunica e partilha conteúdos e serviços, potenciando uma verdadeira arquitetura participada, onde os conteúdos, postados por cada um de nós, encontram seu espaço na rede e obtêm a divulgação adequada. Representa um novo paradigma onde a colaboração ganha força suficiente para concorrer com os meios tradicionais de geração de conteúdo. […] refere-se a uma suposta segunda geração de serviços da internet. (FERREIRA; BASTOS, 2006)”

Visando a formação do educador, vários projetos foram desenvolvidos e implantados para fortalecer o vínculo educador e novas tecnologias.

Um projeto muito analisado foi o UCA, onde as análises de utilização da tecnologia em sala de aula proveram diretrizes e desmistificou tabus.                   

O Projeto UCA – Um computador por aluno, do governo federal, foi uma proposta utilizada para formação dos educadores em tecnologias digitais, as TDICs e previa o acompanhamento de educadores, alunos e pais em nove escolar cearenses, com o objetivo de capacitar os educadores a integrar pedagogicamente as tecnologias digitais.

No trabalho apresentado pelos autores PONTES, NASCIMENTO e LIMA, os resultados abordados pela pesquisa, no que diz respeito a canais de comunicação e interação, utilizando as ferramentas de pesquisa na internet, apresentação de slides, textos on-line, Google-drive e participação em fóruns no ambiente virtual de aprendizagem do instituto UFC, web conferencia e face book, constatou-se que o uso pedagógico das ferramentas da Web 2.0 pode ampliar o tempo e o espaço para além da sala de aula.

Quanto a produção de materiais, as ferramentas da Web 2.0 facilitam a produção de materiais, e fazem com que os alunos se sintam parte integrante da construção do conhecimento, reconhecendo a importância da colaboração, de trocar informações e discutir ideias.         

O resultado do trabalho colaborativo, apresentou potenciais para enriquecer o pensamento, a ação e a resolução de problemas.

Verifica-se que a simplicidade e troca de informações, a facilidade de publicação e disponibilidade rápida, a atuação do usuário, agora autor e produtos de seus conteúdos é permitida pela Web 2.0.

Apresentamos algumas ferramentas da Web 2.0 com as possibilidades do seu uso na educação:

  • As redes sociais e sites como Wikipédia, onde podem possibilitar altos níveis de interação, compartilhamento, troca de opiniões.
  • Os blogs, que são sites em forma de diário e que permitem uma forma rápida de atualização.
  • As wiki, que escrevemos de forma colaborativa e enriquecendo com opiniões.
  • O Podcast, que é um arquivo de áudio digital, podem ser usados para disseminação de notícias e informações de forma rápida, segura e gratuita.
  • A Webquest, oportunizam a produção de materiais de apoio e ao ensino de todas as disciplinas.
  • As ferramentas online, como Voki que permite criar avatar, etc.

CONCLUSÃO

É necessário a transformação na educação, que já discutimos e debatemos em vários momentos.

 O educador não pode mais entrar em sala de aula e ver seu aluno com o olhar distante, longe, pensando em tantas outras coisas, menos no que está ocorrendo ali. É preciso juntar o interesse e o prazer da descoberta, da curiosidade do conhecer, momentos novos que motiva educador e aluno.

É preciso dar o suporte ao educador, para que possa acompanhar as nossas descobertas tecnológicas e diminua a distância que o separa de seu aluno. Não é o caso do educador ser transformado em um profissional de tecnologias, mas de obter uma formação continuada e atualizada para o encantamento em sala de aula.

REFERÊNCIAS:

CARVALHO, R. 2017. AS TECNOLOGIAS NO COTIDIANO ESCOLAR: POSSIBILIDADES DE ARTICULAR O TRABALHO PEDAGÓGICO AOS RECURSOS TECNOLÓGICOS [Online]. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1442-8.pdf. [Acessado em 07 de março de 2018].

SEEGGER, V.; CANES, S. E.; GARCIA, C. A. X. 2012. ESTRATÉGIAS TECNOLÓGICAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA [Online]. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/viewFile/6196/3695. [Acessado em 07 de março de 2018].

VANDRESEN, A. S. R. WEB 2.0 E EDUCAÇÃO – USOS E POSSIBILIDADES [Online]. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5752_3325.pdf. [Acessado em 08 de março de 2018].

PONTE, R. L., NASCIMENTO, K. A. S., LIMA, M. S. 2014. WEB 2.0 E DOCÊNCIA: FORMAÇÃO E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COM O USO DO LAPTOP EDUCACIONAL [Online]. Disponível em: https://goo.gl/G7cA9f. [Acessado em 08 de março de 2018].

Autora Carmen Lúcia Oliveira Penha. Artigo apresentado para a disciplina de mestrado A WEB
COMO FERRAMENTA EDUCATIVA INTERATIVA.
 Em 14/11/2018

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