RESUMO: Com nosso mundo, cada vez mais conectado, com a necessidade de informações rápidas e sua população sociocultural diversificada, não cabe mais uma escola estática que reproduz velhas formas de aprendizado.
É preciso repensarmos a escola como uma fonte geradora, movidas pela criatividade e pela inovação para a formação das próximas gerações.
Nas condições atuais com infraestrutura deficiente, formação pedagógica precária, gestão organizacional desconectada, fica difícil pensar.
É preciso buscar novas fórmulas e soluções, utilizando tecnologias, o envolvimento da sociedade local e os gestores escolares focados em um objetivo comum.
DESAFIO A DIVERSIDADE
Tentando repor o tempo perdido sem políticas públicas capazes de gerar uma democracia multiétnicas, que valorizam as diversidades e contemplem as minorias marginalizadas e socialmente vulneráveis, surgem a necessidade de discussões e ações que repensem o papel da escola.
As práticas pedagógicas ainda aplicadas, só valorizam os currículos e a padronização de antigos modelos, não englobando convivência de diferentes gêneros, raças, religiões e comportamentos.
Segundo CRISTIANE, do site Mundo Educação, é preciso eliminar o preconceito desde os primeiros anos da Educação Infantil.
“É fundamental que, desde o início, a hipocrisia seja deixada de lado na afirmação de que todos somos iguais, mesmo porque se todos realmente fossem iguais não haveria preconceito. É a partir das diferenças que surgem os preconceitos. É notório que muitas escolas são reprodutoras da própria discriminação e que não desenvolvem, nem se quer tem interesse em buscar, propostas pedagógicas para se contrapor em relação às questões apresentadas.”
É papel da escola encontrar formas de cumprir e prover ações, dentro do princípio constitucional de igualdade, que corrijam os problemas gerados pela injustiça social.
O que cabe definir sobre a diversidade é como abordar esse conceito de forma a atingir a todos dentro da sociedade e da comunidade onde a escola está inserida.
A diversidade visa atingir a todos dentro de suas culturas e demandas locais, preservando e respeitando os traços diversos da população local, não reproduzindo erroneamente a igualdade de ações.
A comunidade precisa ser envolvida e ter sua participação garantida no contexto da gestão escolar onde está.
Em seu artigo, JÚLIA propõem: “Nesse contexto, observa-se a convicção de que o reconhecimento e a valorização da diversidade, o tratamento diferenciado dos alunos, por meio de uma pedagogia adaptada às suas necessidades individuais e às suas diferenças, bem como a participação das comunidades locais, tanto nas instâncias decisórias (Conselhos Escolares, APMs) quanto nas atividades escolares, a exemplo do projeto Amigos da Escola e dos inúmeros projetos que vêm sendo desenvolvidos nas escolas em “parceria” com a comunidade, constituiriam o caminho para a inclusão escolar e social.”
No mesmo peso, os educadores que ainda trabalham nos contextos escolares monoculturais, precisam se conscientizar acerca das relações e diversidade humana nas escolas e desafiar atitudes de análise e reflexão acerca da nova realidade social e do papel dos docentes na promoção de mais e melhores oportunidades de aprendizagem para todos os alunos.
Para a nova escola, é esperado um perfil docente que integre um conjunto de competências de abrangência intelectual, reflexivo e crítico, com a sabedoria para ler a sociedade em que vive e para a que está educando.
Essa consciência da realidade atual incorpora a utilização das novas tecnologias (NTIC), já tão difundida em nosso dia-a-dia, mas ainda resistente em sala de aula, necessária para erradicação do analfabetismo também digital.
Não deixando de salientar que as novas tecnologias não excluem as tecnologias todas utilizadas, já existentes, e que englobam o conceito de que tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam, conforme MORAN.
Não é coerente dizer que uma escola atenda a diversidade e não utilize as novas tecnologias, visto que a diversidade atende a inclusão de classes sócio-ecomônicas diferentes.
É muito importante incluir neste contexto da gestão da diversidade no campo educacional, a participação ativa dos gestores educacionais, afim de enriquecer o processo de gestão e possibilitar a atuação de todo grupo de profissionais envolvidos.
Algumas iniciativas devem ser observadas pela direção escolar, segundo PRATA:
“· Propiciar o desenvolvimento da autonomia aos professores e pedagogos para buscarem e proporem soluções para os problemas que afetam a qualidade de ensino desenvolvida pela escola. Deve-se considerar aqui o local onde a escola está inserida, as suas necessidades, a cultura local, os recursos disponíveis e a forma como são utilizados.
- Estimular a participação geral nas questões político-pedagógicas e na criação de grupos de trabalho, capazes também de tomar decisões visando à otimização e produtividade dos espaços escolares, principalmente quanto à utilização dos recursos físicos e tecnológicos por toda a comunidade escolar.
- Compartilha ideias, ações e decisões com todos os profissionais da escola e comunidade, gerando nas equipes de trabalho maior capacidade empreendedora, inovadora e autônoma, que possibilite uma visão integral e articulada das ações planejadas e desenvolvidas.
- Cobrar responsabilidade do grupo na execução das ações planejadas e em relação aos resultados, e proporcionar à comunidade escolar possibilidade de comprovação de seu trabalho como gestor e dos esforços para melhorá-lo. É preciso observar também que, como todo setor público, a escola deve estar aberta à comunidade no que diz respeito ao aspecto pedagógico, administrativo, orçamentário e outros. Quanto mais claras forem as ações maiores serão as possibilidades a escola em articular parceiros na busca de soluções ou na implantação e implementação de novos projetos.
- Ter, junto com o grupo de trabalho, criatividade para superar as dificuldades surgidas no processo de implantação ou implementação de projetos e, ainda, buscar as melhores estratégias para se mobilizar, comunicar-se, negociar e fechar parcerias.
- Gerar condições para a sustentabilidade por meio de parcerias, convênios e financiamentos é importante para implantação ou garantia da continuidade de projetos nas escolas”.
A escola atual não permite mais o pensamento clássico de dois grupos de trabalho, onde um grupo que planeja (gestores) se responsabiliza pelo sucesso ou fracasso dos trabalhos, isentando os executores (docentes) por não se envolverem nas decisões. Embora existam separações entre trabalhos administrativos e pedagógicos, todos estão imbuídos ao direcionamento dos resultados.
As novas tecnologias podem ajudar na gestão escolar, não sendo usadas somente em sala de aula como complementação pedagógica. Os recursos podem ampliar e dinamizar o trabalho administrativo, como por exemplo permitindo o acompanhamento e orientação tanto do aluno como do docente, registro, memória da escola, divulgação etc.
O acesso as tecnologias podem passar por 4 estágios, citados por MORAN:
- Garantir o acesso. Que as tecnologias cheguem à escola, que estejam fisicamente presentes ou que professores, alunos e comunidade possam estar conectados.
- Domínio técnico. É a capacitação para saber usar, é a destreza que se adquire com a prática. Se o professor só toca no computador uma vez por semana demorará muito mais para dominá-lo que se tivesse um computador sempre a disposição dele.
- Domínio pedagógico e gerencial. O que podemos fazer com essas tecnologias para facilitar o processo de aprendizagem, para que alunos, professores e pais acessem mais facilmente as informações pertinentes.
- Soluções inovadoras. No exemplo anterior, com a Internet, podemos não só facilitar o registro do aluno, mas o acesso remoto, o acesso do pai às notas dos alunos, a comunicação de alunos de várias escolas do mundo inteiro, a integração telemática dos pais e da comunidade na escola ou da escola em várias comunidades.
RESUMO
Não será possível formar as novas gerações com a escola que hoje convivemos.
A velocidade que a informação se distribui e é consumida, exige que a dinâmica do aprendizado seja mais aberta, que usufruam das novas tecnologias, que incorporadas a presença de docentes e educadores bem relacionados, uma sociedade participante, com gestores centrados não em resultados apenas, possam oferecer a educação que precisamos.
REFERÊNCIAS
CRISTINE, Elen. DIVERSIDADE. Mundo Educação. Disponível em https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/diversidade.htm. Acessado em 9 de outubro de 2018
CARVALHO, Elma Júlia G. DIVERSIDADE CULTURAL E GESTÃO ESCOLAR: ALGUNS PONTOS PARA REFLEXÃO. Disponível em http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/TeorPratEduc/article/view/20181/10527. Acessado em 8 de outubro de 2018.
CARDOSO, Carlos. OS DESAFIOS DA DIVERSIDADE E DAS NOVAS TECNOLOGIAS. A Página da Educação. Disponível em https://www.apagina.pt/?aba=7&cat=107&doc=8565&mid=2. Acessado em 9 de outubro de 2018.
PRATA, Carmem Lúcia. GESTÃO ESCOLAR E AS TECNOLOGIAS. Disponível em http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_3b_gestores/tema_05/anexos/anexo_5_tics_na_gestao_escolar2010_CarmemPrata.pdf. Acessado em 10 de outubro de 2018.
MORAN, José. GESTÃO INOVADORA DA ESCOLA COM TECNOLOGIAS. Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_eduacacao/gestao.pdf. Acessado em 10 de outubro de 2018.