Tenho visto tantos posts sobre EAD, que não consegui ficar sem analisá-los. Alguns me ofendem profundamente e outros me dão orgulho. E este post não contentará a todos.
Em 2003 me apaixonei pelo Moodle (ambiente virtual), e consequentemente pela EAD (educação a distância, diferente de ensino a distância), com foco na possibilidade de formação das pessoas, de quantos indivíduos poderíamos atingir e oferecer ajuda. A razão para procurar a EAD pode ser pela falta de oportunidade em sua cidade, sua própria formação escolar, necessidade de aperfeiçoamento específico e assim como outros motivos.
Sendo da área de TI e conhecendo da infraestrutura necessária, logo entendi que o suporte precisava melhorar e para que a aprendizagem acontecesse, teria de ser uma forma compartilhada. Não seria o desempenho de um lado só.
Para aprender virtualmente precisamos de responsabilidade e autonomia. Precisamos compartilhar o bom conteúdo com o possível aprendiz em interpretá-lo, oferecer a tutoria para os que a buscam, utilizar mídias para os que se propõem a descobrir como melhor aprendem. Valem todos os conceitos de trocas.
Em uma graduação que fazia na época, sugeri ao meu grupo de TCC, o tema de “Universidades Corporativas”, que foi aceito, e passamos a buscar publicações e práticas de referências. Visitamos 5 universidades corporativas na época, muito bem estruturadas, mas sofriam em um mesmo ponto: credibilidade. Sendo guerreiras por enfrentarem a resistência quanto a responsabilidade da empresa com seus colaboradores, a restrição de verbas para os programas e a dificuldade de oficializarem seus programas dentro do mundo acadêmico pelas suas especificidades.
Na entrega do TCC, a orientadora designada da banca indeferiu nosso trabalho justificando não ter conhecimento do tema, por ser um assunto novo e indicou novo orientador (com todo direito, não somos obrigados a saber tudo). Nosso trabalho apresentava grandes autores no assunto, professores renomados e 5 cases de mercado.
Essas universidades corporativas já tinham programas presenciais e virtuais e, buscavam uma forma de resolver as suas deficiências e ampliarem as suas ações. Já buscavam soluções para complementar a educação dos seus colaboradores.
Bom, onde quero chegar com tudo isso? Sensibilizar a ala conservadora da Academia que difamam o valor da EAD e se isentam de suas contribuições.
Nesse momento onde todas as escolas precisam ser virtuais, para pouparmos nossas crianças, jovens, idosos e a nossa própria vida, escuto que a EAD não serve, não ensina e, não satisfaz as necessidades. Dizem também que não oferecerão aulas nessa modalidade, para primar pela qualidade do ensino. Que nem todos os professores e alunos dispõem de tecnologia e acesso à internet para implementar a substituição.
Entendo isso como um abandono de batalha, além de menosprezar quem está lutando.
Será que não entenderam ainda que promovem uma educação para poucos, que estão se ausentando de toda movimentação em descobertas e compartilhamento de soluções? Permanecemos novamente longe da realidade das empresas e do mundo, protegidos pelos concursos e do dinheiro público?
Então voltei 20 anos atrás, quando a orientadora deferiu nosso TCC. A elite pública acadêmica não vive o que vivemos. Não estamos inseridos no mesmo mundo.
A EAD é a solução que podemos utilizar sempre que não pudermos estar presencialmente. A qualidade depende de quem faz. Façam e vamos juntos lapidar a solução.
E peço, por favor, não desmereçam as startups que estão criando soluções educacionais para qualificar as pessoas para o mercado de trabalho. As empresas que assumiram a formação dos seus colaboradores para complementar a educação que não receberam em muitas instituições do ensino superior. Não desmereçam os empresários da educação que estão se arriscando nesse momento.
Não desmereçam os esforços de professores que estão dando show com suas aulas virtuais, criando atividades e enviando para que fiquem em casa, atendendo lamentações e passando otimismo para seus alunos.
Não desmereçam os professores da educação básica que não tinham apoio de seus gestores e agora estão utilizando seus próprios recursos e ferramentas.
Os profissionais que buscam a EAD, que estão se desdobrando e se qualificando no dia a dia, porque educação é sim no dia a dia e na vida inteira.
Todo esse contexto digital está salvando vidas. Isso é fantástico. Acredito que a EAD sairá fortalecida em todos os sentidos. Mostrará os caminhos que devemos seguir e quem devemos seguir.
E , absolutamente inquieta lanço a questão: será que conhecem o tema Universidade 4.0? Sabem para onde a educação caminha? Podem deferir sobre o assunto?
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Autora Carmen Lúcia Oliveira Penha..